Toca o despertador, é hora de escovar os dentes e também o primeiro momento do dia em que se pode tomar uma atitude sustentável em benefício do planeta.
“O ato de desligar a torneira ao escovar os dentes ou lavar a louça já impacta na economia de água e favorece o uso racional, tão importante quando temos a tendência de viver períodos de escassez hídrica”, explica a gerente de Educação Ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Leila Maria Zem.
Todas essas ações simples para serem adotadas no dia a dia estão na nova campanha informativa da Família Folhas, que integra a programação da Prefeitura para marcar o Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho).
Além do uso racional da água, melhorar a separação de recicláveis é outro tema que merece atenção dentro de casa. Foi com esse mote que a família mais verde de Curitiba, a Família Folhas, voltou em 2022, relembrando: “Descartar errado, nem pensar.”
Para a gerente da Secretaria do Meio Ambiente, o retorno dos personagens é bem-vindo, já que as ações sustentáveis devem, sim, fazer parte da rotina das pessoas. “A Família em sua nova versão vem nos trazer exemplos para enfrentar novos desafios”, comenta Leila.
Separar lata, papel, vidro e plástico - e de uma maneira que seu processo de reaproveitamento não seja inviabilizado. “Além deles, hoje já se sabe que é possível encaminhar itens como o isopor para a reciclagem”, observa.
Outra ação importante é não mandar para o aterro sanitário resíduos potencialmente contaminantes. "Para isso, há uma coleta específica do município - a do Lixo Tóxico - e programas de logística reversa das empresas [para devolução do item que não pode ser descartado]”, completa.
Também é uma alternativa a redução do uso de plástico. E, para isso, reforça Leila, basta, em um primeiro momento, trocar as sacolas plásticas de uso único para as compras por ecobags de tecido ou outros materiais duráveis.
Para avançar neste tipo de atitude, o mercado já oferece uma série de produtos com embalagens alternativas ao plástico, como as feitas em vidro ou papel. “E uma alimentação menos industrializada, por exemplo, com base em frutas e verduras, além de mais saudável, diminui a quantidade de embalagens que você leva para casa”, exemplifica Leila.
A jornalista Ana Flávia Silva, de 33 anos, mantém sua própria composteira faz três anos. A sustentabilidade sempre foi um interesse, e a quantidade enorme de lixo que produzia foi o estopim para que criasse o hábito de separar o lixo, inclusive o orgânico. A possibilidade de produzir o próprio húmus, uma espécie de adubo fértil e cheio de nutrientes, também a incentivaram a criar sua composteira de minhocas.
“Eu sempre me incomodei com a quantidade de lixo que nós produzimos. Então, a compostagem permitiu que eu diminuísse a quantidade de resíduo que eu produzo e tem outros benefícios também: deixa minha horta mais saudável e eu me sinto melhor sabendo que estou ajudando na separação do lixo”, conta Ana Flávia.
Ela também é usuária do serviço de uma empresa curitibana que recolhe lixo orgânico (como cascas de frutas e restos de comida) diretamente na porta de sua casa, há cada 15 dias. A equipe da empresa disponibiliza um balde para descarte e lida com todo o resíduo orgânico recolhido. Mais tarde, o assinante recebe uma muda de planta e o adubo que resultou da compostagem.
Ana gosta sempre de dizer que o lixo nunca é jogado fora, afinal, continua no nosso meio ambiente. Por isso, a separação é tão importante, já que evita que os resíduos orgânicos contaminem o lixo que é levado para aterros. “Eu tenho um lixo só para tampinhas de garrafa, por exemplo, e uma caixa em que reúno vidro para reutilização”, lista.