Familia Folhas

Crianças aprendem cidadania e sustentabilidade nas escolas municipais

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Como posso desperdiçar menos alimentos? É possível reaproveitar em casa materiais que iriam para o lixo? Posso consertar um eletrodoméstico em vez de comprar outro? Preciso mesmo comprar esse par de sapatos ou um celular novo? 

Essas questões, que remetem a um comportamento sustentável, são trabalhadas nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) e nas escolas da rede municipal de ensino curitibana.

“A cidadania, a formação socioambiental, enfim, os passos para apoiar cidadãos conscientes e responsáveis em relação a seus ambientes de vida, são trabalhados no dia a dia em sala de aula. As ações pedagógicas podem envolver todos os componentes curriculares e campos de experiências”, explica a secretária municipal da Educação, Maria Sílvia Bacila.

Ela destaca a retomada da campanha educativa da Família Folhas, cujos personagens visitam as unidades educacionais desde o mês março.

“Isso contribui para dar visibilidade à questão do descarte correto, influenciando crianças desde a infância, que levam esse aprendizado para suas famílias”, comenta.

Na prática

E como a educação ambiental entra nas lições do dia a dia? A responsável pelo Núcleo de Gestão Ambiental da Secretaria Municipal da Educação, Marise Jeudy Moura de Abreu, cita um exemplo, que é a destinação dos resíduos.

“Isso é o fim de uma cadeia muito maior, que começa em como nos relacionamos com o mundo. Eu evito compras desnecessárias? Eu desperdiço ou reaproveito? Separo materiais recicláveis? As respostas são determinantes para a qualidade de vida de todos nós”, comenta Marise.

Segundo ela, entre as maneiras de ensinar esses temas nas escolas estão a separação de materiais recicláveis e as composteiras, como as das escolas municipais Herley Mehl (Pilarzinho) e Cerro Azul (Tingui).

“O currículo da rede está alinhado às legislações federais e as possibilidades pedagógicas são inúmeras nas escolas”, afirma Marise.

O uso consciente dos recursos hídricos também é tema recorrente nas salas de aula. Na Escola Mirazinha Braga (bairro Mercês), por exemplo, uma cisterna ensina sobre economia e reaproveitamento de água.

Nas aulas do projeto Mãos na Massa, de economia doméstica, os participantes não jogam fora bagaço de milho, por exemplo, ele vira ingrediente para um bolo bem quentinho.

Nos Faróis do Saber e Inovação e Faróis Móveis são realizados projetos diversificados, muitos deles ligados ao meio ambiente, como a reciclagem.

Além disso, todos sabem na ponta da língua que lixo eletrônico tem que ser descartado em pontos específicos, e as crianças atuam como multiplicadores das orientações junto a suas famílias e comunidades.

A Prefeitura recolhe lixo eletrônico mensalmente, próximo aos terminais de ônibus da cidade. Podem ser levados materiais como pilhas, baterias, toners de impressão, embalagens de inseticidas, tintas, cola, solventes, remédios vencidos, lâmpadas fluorescentes, equipamentos eletrônicos portáteis, óleos de origem animal e vegetal. 

“A separação incorreta ou o descarte indevido podem causar contaminação do solo, da água e do ar. Se a gente não cuidar, não vai ter futuro”, resume o estudante João Paulo de Castro, da escola Herley Mehl, que, com as lições da escola, fez em casa, com a família, sua composteira.